6ª Carta de Infraestrutura

Inter.B Consultoria Internacional de Negócios

Data de publicação Julho de 2014

Mobilidade Urbana e o legado da Copa de 2014Ano I, n. 6

Chegamos ao número 6 da Carta de Infraestrutura da Inter.B. Este ano demos ênfase à logística de transportes, e discutimos os setores rodoviário, portuário, ferroviário e aeroportuário no país, este último no mês de Junho. O número especial de abril-maio divulgou os investimentos em infraestrutura em 2013 e a primeira previsão da Inter.B para 2014. Os desafios de infraestrutura permanecem, e apesar dos esforços públicos e privados, investimos menos do que o necessário para compensar a depreciação do capital fixo do setor, e muito aquém do que o país precisa para impulsionar seu crescimento.   O tema da Carta de julho é a mobilidade urbana, mas resolvemos contextualizá-la com a Copa do Mundo. Afinal, como nos lembra o Editorial (publicado de forma modificada na página de opinião da Folha de São Paulo em 23/07/2014), quando a Copa foi anunciada, um dos legados – talvez o maior – do evento seriam as grande melhorias no deslocamento das pessoas nas 12 cidades-sede. Mas no seu conjunto, a herança no plano da mobilidade foi muito limitada. Em nenhuma das cidades-sede pode-se afirmar que a Copa foi um evento transformador em termos de mobilidade urbana. Foram feitos investimentos em BRTs, melhorias no entorno dos estádios, e algumas poucas estações novas ou modernizadas de metrô. Mas certamente nada que possa ser visto como um passo definitivo para colocar uma cidade no caminho de resolver suas questões de mobilidade.   Tais quais as demais infraestruturas, não há como lidar com os problemas de mobilidade urbana de forma ad-hoc, com uma obra aqui, outra acolá. Uma abordagem da questão da mobilidade referenciada à dinâmica das nossas grandes cidades e ao próprio conceito contemporâneo de qualidade de vida urbana é o ponto de partida para escolhas corretas. E não há como realizar os projetos sem que estes estejam integrados e façam parte de um planejamento de médio e longo prazo, e ignorando custos e benefícios.   Por último reiteramos que a Carta é realizada em caráter pro-bono, e visa ampliar o conhecimento sobre os temas mais relevantes da infraestrutura do país, contribuindo para que as escolhas públicas (e privadas) sejam bem informadas.